Eles podem ser de vários tamanhos, alturas, cores e modelos, mas o ponto em comum é a adoração que recebem das mulheres. Por conta das alterações na postura, é mundialmente conhecido como símbolo de elegância. Mas não é porque toda mulher gosta que o salto alto não tenha contraindicação. Na verdade, os malefícios do uso são inúmeros.De acordo com a fisioterapeuta Tatiana Abreu, sócia-fundadora da Fisio Run Fisioterapia, “os saltos muito altos alteram a biomecânica da passada. Há, ainda, dificuldade na flexão da planta do pé, o que prejudica a circulação e potencializa a tendência ao aparecimento de varizes”.Mas os problemas não param por aí. A fisioterapeuta ressalta que, por conta da posição dos pés, “o salto ‘encurta’ a musculatura da panturrilha e, consequentemente, também o tendão de aquiles. Dores no joelho, no arco anterior dos pés, joanetes, calos, tendinites, unhas encravadas e danos à coluna são outros problemas causados pelo salto alto.” Por isso, mulheres corredoras não podem exagerar na utilização desse tipo de calçado.
“O uso do salto provoca hiperextensão do joelho e caminhar muito ou ficar tempo excessivo com o calçado pode ocasionar dor ou até uma afecção ortopédica denominada disfunção femoropatelar, e ainda gera consequências associadas de tendinites, além de encurtamento de cadeia posterior (músculos de trás da coxa)”, explica Maurício Garcia, fisioterapeuta coordenador e gestor do Instituto Cohen de Ortopedia, Reabilitação e Medicina do Esporte.
Não se engane - Muitas mulheres afirmam não terem problemas com salto alto. A justificativa, muitas vezes, é a de que se sentem tão confortáveis que passam o dia inteiro com os sapatos. Essa permanência prolongada pode ser justamente o sintoma de que o corpo já foi afetado.
Segundo Tatiana, “se a mulher já estiver com encurtamento da panturrilha ou do tendão de aquiles, a biomecânica da corrida pode ficar prejudicada”, mas pondera que, “se a mulher usa salto, mas toma as devidas precauções e mantém-se alongada, ela não chega a perder rendimento, porque não muda a biomecânica”.
Fonte - Daniel Braz/Terra